7 de maio de 2015

Resenha: Slayers / Slayers Next / Slayers Try


Tenho uma história a respeito desta franquia de fantasia medieval: “Slayers” foi meu primeiro mangá a colecionar, claro que não deu pra comprar todos os volumes – o volume 11, que bem queria ter nas mãos e ignorei, e os volumes 16 e 17 porque eram histórias paralelas – mas, se reparar de onde veio, isto tem uma explicação e a resenha vai dar com todos os detalhes. Outro fator que me levou a acompanhar “Slayers” foi o meu interesse em ter algum mangá e já tinha visto algumas coisas em revistas de animes sobre a série. E juntando tudo, pude finalmente acompanhar as três séries das cinco que a franquia possui.



Que a série é uma referência do seu gênero, isso é certeza, a questão que fica é: como que uma animação dos anos 90 sem computação gráfica e o cacife que as produções atuais oferecem, sem grandes intenções, se tornou tão famosa? Bem, é pra isso que temos a resenha e esperamos poder responder esta e outras perguntas dessa epopeia medieval nipônica.


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Ano: 1995 (Slayers) / 1996 (Next) / 1997 (Try)
Diretor: Takashi Watanabe
Estúdio: EG Film / J.C. Staff
Episódios: 26 (Slayers) / 26 (Next) / 26 (Try)
Gênero: Aventura / Comédia / Fantasia
De onde saiu: Light novel, mais de 50 volumes divididos em várias séries, finalizado.



Por Escritora Otaku


Fantasias medievais são histórias que tem como recurso retratar a Idade Média e nelas, vivem personagens que parecem ter saído de um game de RPG ou de estratégia; vestimentas e a vida se baseiam neste período e é comum haver conflitos de poder, romance, aventuras e altos poderes, personagens lendários ou que acabam entrando nesta empreitada quer queiram ou não e por aí vai. Ambientação que vai além das animações, pois dá pra ver filmes, seriados, livros e games tendo um público alvo bastante diversificado.

Slayers” teve começo em light novels – folhetins com ilustrações em mangá, publicados aos poucos e depois lançados encadernados – e o criador da trama é Hajime Kanzaka, com o design dos personagens feito por Rui Araizumi para a revista Dragon Magazine da Kadokawa nos anos 90. O universo que conhecemos de “Slayers” vem daí e como acontece com as light novels atuais bem sucedidas ela seguiu para outras mídias, o que inclui animes, mangás, games e outras quinquilharias ao longo do tempo. E é uma referência para histórias de fantasia medieval, já que ano vai, ano vem a série ainda é lembrada pelo seu estilo e personagens.

Os mangás de “Slayers” foram todos roteirizados pelo seu criador, mudando somente os desenhistas. Uns seguiram o contexto visto nas light novels, enquanto outros eram versões em quadrinhos das séries de TV e dos filmes que vieram em seguida. Destes mangás, dois deles vieram ao Brasil: o primeiro foi “Choubaku Mahouden Slayers”, composto por oito volumes que trazem o contexto visto nas séries “Slayers” e “Slayers Next”, com exceção do volume quatro (por aqui foi o volume sete), que serviu de roteiro para o filme “Slayers Returns”; e o outro foi “Slayers” com apenas um volume, ambos ilustrados por Shoko Yoshinaka. Os dois tiveram sua publicação realizada pela Panini e junto com “Berserk”, “Eden” e “Peach Girl” foram os primeiros mangás da editora, formando a linha Planet Mangá.


Agradeçam a estes mangás por terem iniciado a linha que muitos de vocês colecionam, porque sem eles não teríamos aqueles títulos disputados ou desconhecidos em nossas bancas tupiniquins. A publicação foi lançada em meio tanko e era mensal, tendo 17 volumes em seu total: os 15 primeiros englobam o “Choubaku Mahouden Slayers” e os volumes 16 e 17 de “Slayers” lançados durante os anos de 2004 a 2005. Todos foram lançados com o nome “Slayers” como se fossem uma coisa só, portanto, há diferença no traço entre os quinze primeiros e os dois últimos volumes do mangá.

Esclarecidos? Agora sim podemos abordar as séries de TV, em específico as três primeiras. Pra terem uma idéia, “Slayers” teve em torno de cinco animes, cinco filmes e dois OVAs, sendo que o elenco que acompanha a protagonista varia – nos animes é um, nos OVAs e nos filmes é outro – portanto, não fiquem surpresos porque é assim mesmo.

Num geral, “Slayers” mostra a jornada de Lina Inverse, uma poderosa feiticeira – e bota poderosa, porque seu poder pode destruir um reino inteiro – e gulosa, por isso, não a convidem pra comer ou vai pagar uma conta daquelas; rouba dos ladrões para si mesma (uma Robin Wood ao inverso, como o seu sobrenome), é conhecida como “assassina de ladrões”, tem uma personalidade bastante explosiva quando provocada e é muito inteligente. Esta é a nossa personagem principal e bem desenvolvida, o que torna a história mais interessante e se acha que vai vê-la em começo de carreira, pode tirar o cavalinho da chuva; Lina Inverse já vem detonando e com a fama que possui com os bandidos, que possuem duas saídas: se render e dar o que tem ou tentar enfrentá-la. Sinceramente, nossos pêsames para eles...

O roteiro das animações são as aventuras de Lina e companhia, com ou sem confusões – mais pendente para as confusões arranjadas ou jogadas na lata – em um mundo medieval coerente e com os elementos que as fantasias medievais podem oferecer. Na primeira série, somos apresentados ao elenco que irá acompanhar a nossa feiticeira: o primeiro a entrar é Gourry Gabriev, um exímio espadachim, dono da famosa “Espada da Luz” – Hikaru no Ken no original – cuja personalidade revela um completo idiota, guloso e burro como uma porta; Zelgadis Greywords, um feiticeiro de personalidade séria e também espadachim, transformado em uma quimera e que procura uma forma de recuperar a forma humana; e Amelia Will Testa Saillune, princesa do Reino de Saillune, que como o pai, é bitolada em ser uma guerreira da justiça e usa magia, sendo a caçula do grupo.



Estes três são os que entram na vida da Lina, onde todos têm ciência da personalidade da protagonista e tentam, em vão, fazê-la mudar algumas de suas atitudes. Claro que não conseguem e só resta seguir em frente e vamos ver no que isso vai dar.
Além deles, mais quatro personagens completam o nosso grupinho, dependendo das circunstâncias decorrentes da história e estes serão citados de acordo com a proposta das animações.

Na primeira série, “Slayers” parte do contexto que nos é mostrado, regado de comicidade, bandidos aos montes e o principal inimigo possui ”pretensões bem singelas”. Aqui temos o nosso quarteto fantástico e na hora de encarar o oponente, eles têm a ajuda de Sylphiel, uma clériga que foi salva pelo Gourry e tem uma afeição enorme de gratidão pelo nosso espadachim, além de não saber usar magias de ataque. Quem viu, vai entender...

Na segunda série, “Slayers Next” a história prossegue e vemos uma perseguição em torno da Lina – já não basta os problemas que ela tem e pode causar – e nesta empreitada, conhecemos dois novos personagens: Xellos, um “misterioso sacerdote” que ama sacanear a Lina e tem duas facetas, uma “boazinha” e a verdadeira, apenas mostrada em certas circunstâncias e Martina, princesa do extinto Reino de Xoanna (destruído adivinha por quem?) e que quer se vingar do responsável e que é tudo que a Lina gostaria de ser fisicamente. Fora que a Syphiel volta pra dar uma mãozinha no final. A série tem os momentos mais cômicos entre as três animações, portanto, preparem pra rir até chorar em certos momentos.


A terceira série, “Slayers Try” mostra a nossa trupe explorando terras que eram inacessíveis e tem de enfrentar uma ameaça de proporções mundiais. Aqui eles têm a companhia de Xellos e de Philia, um dragão dourado fêmea e seguem à procura de parar a bendita ameaça. Claro que isto não está nos planos de Lina, porque defender o mundo não faz parte de suas prioridades e tudo muda quando ela lê um recado de sua irmã mais velha. E se tem uma coisa que pode assustar Lina Inverse, mais que qualquer coisa é sua irmã mais velha. Sem alternativas, resta seguir pra não desobedecê-la, é claro!

Por anos, estas foram as animações feitas até que nos anos de 2008 e 2009 produziram duas novas séries: “Slayers Revolutions” e “Slayers Evolution-R”, que seguem o contexto das light novels e dos elementos já vistos nas fases anteriores. De um lado foi um retorno bem-vindo e de outro, se conhecem bem sobre continuações, podem decepcionar em alguns pontos.

Voltando para as três animações, todas seguiram a estética originada das light novels e das animações dos anos 90, com seu toque pessoal. Por isso não há computação gráfica pra reclamar e sim, naquela época fazer animação levava tempo e dinheiro, não estranhe o traço das séries. Um ponto que as três podem surpreender é sua dublagem, pois os dubladores eram vozes famosas dos anos 90 e que raramente vai ouvir em animes mais recentes. O elenco é bem direcionado e dá vida aos seus personagens, não dá pra destacar todos, então, vamos focar na voz da nossa protagonista.

A dubladora por trás da Lina Inverse se chama Megumi Hayashibara, uma seiyuu bem famosa no Japão e que emprestou sua voz pra vários personagens em animes e em outras mídias. Ela também canta e é responsável pelas aberturas das três séries, mostrando uma faceta comum as seiyuus que admiramos hoje em dia. A lista de vozes é extensa, sendo assim, vamos focar em apenas três personagens bem diferentes e que mostram as facetas da dubladora: Rei Ayanami de “Neon Genesis Evangelion”, personagem séria e pilota do EVA 00; a Faye Valentine de “Cowboy Bepop”, uma das personagens principais da série e mulher fatal; e por último, Haibara Ai em “Detective Conan”, personagem infantil e não dá pra revelar mais que isto (seria um belo spoiler, acreditem), trabalho que atua até hoje.

E, se der uma pesquisada pela net vai perceber que “Slayers” tem seus méritos e pontos que apenas os mais atentos poderão perceber. Pra dar uma palhinha, vamos para duas curiosidades: a primeira se relaciona a arma do Gourry, a “Espada da Luz” que foi baseada nos sabres de luz do “Star Wars”, tanto que serviu de inspiração para outra série, “Lost Universe”; a outra está no feitiço favorito da Lina, o “Dragon Slave”, aquele que é sua marca registrada, seu nome é o mesmo da espada do personagem Gatts do “Berserk”. Como a trama tem momentos cômicos, dá pra notar outras referências aqui e acolá.




Desta maneira, “Slayers” / “Slayers Next” / “Slayers Try” formam a tríade da franquia que apesar dos anos, ainda diverte e ao mesmo tempo, permite que exploremos as aventuras de Lina e companhia. Aos amantes de fantasia medieval, um prato cheio; aos amantes de animes dos anos 90, experiência mais que garantida e a quem quiser conferir, sinta-se à vontade.



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Um comentário:

  1. Caras eu gosto desse anime , só assisti o que passou na band , algum dia irei assisti o resto , era legal eles fazendo comedia com os rpgs , muito bom .

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