8 de julho de 2015

Resenha: Magic Kaito 1412

A temporada de outubro de 2014 foi bem recheada de animações e com certeza, teve muita coisa pra assistir e admito que bati os meus recordes: peguei cinco animes, não pude evitar apesar de o meu normal ser de até três no ano – foram duas continuações e três séries novas, sendo uma delas a que essa resenha abordará.


Na verdade, até que eu conhecia sobre os personagens desta, afinal, hora e meia aparecem na produção de um dos meus xodós, atual obra do mangaká. Portanto, embarquei em “Magic Kaito 1412” com duas sensações, a de conhecer a obra e a de nostalgia; tive meus surtos por causa de alguns de seus episódios, porque realizaram uma inversão nas participações e eu não esperava que fizessem essa ligação do universo das duas séries, fora que houveram outros fatores bem interessantes que serão postos abaixo. Melhor deixar a resenha dizer pra terem uma noção de como foi e fim de papo!


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Ano: 2014
Diretor: Susumu Kudo
Estúdio: A-1 Pictures
Episódios: 24
Gênero: Aventura / Policial / Comédia
De onde saiu: Mangá, 4 volumes, em andamento.


Por Escritora Otaku


Ladrões na ficção: uns possuem charme declarado, outros são odiados até a alma, tem os atrapalhados que nos faz rir de suas empreitadas, em um game de RPG são personagens essenciais pra certas funções, há ladras que são melhores que os ladrões comuns, há aqueles com poderes e por aí vai. Fato que os ladrões ganham notoriedade neste meio e nos animes vários chamam a atenção por conta de suas desventuras. Um dos mais famosos ladrões da animação é “Lupin III”, criado pelo Monkey Punch lá nos anos 60, que mesmo passando tanto tempo ainda mantém seu charme e carisma pra quem o acompanha, seja a geração antiga ou a mais nova; não estranhe que hajam séries que usem o estilo do maior ladrão do mundo dos animes, pois como diria o Chacrinha: “nada se cria, tudo se copia.”

“Magic Kaito” teve início nas páginas da Shounen Sunday em 1987 e desde então sua publicação é bem inconstante, ou seja, só prossegue quando o seu mangaká, Gosho Aoyama, tem vontade. Antes que uns o acusem de preguiçoso convicto, esclarecemos que a série teve interrupções, entrada de outros mangás do mesmo autor e a questão da revista não ser muito exigente em relação a seus autores, então não significa que o Aoyama tenha abandonado seu primeiro mangá serializado. Pra ter uma ideia, de 1988 a 1993 veio “Kenyu Densetsu Yaiba” de 24 volumes, que conseguiu um sucesso mais notório que o “Magic Kaito” e obteve um anime de 52 episódios; aí em 1994 teve início o seu trabalho mais famoso, “Detective Conan”, em publicação e com anime no mesmo patamar. E é nesse último que os personagens e história de “Magic Kaito” puderam ser notados e ganhar um pouco mais de notoriedade, chegando a participar da versão animada da obra atual de Aoyama.

E era questão de tempo pra haver um anime dele: em 2010 foram lançados 12 OVAs que trazem a história de “Magic Kaito”, produzidos pela TMS Entertaiment – a mesma que faz o “Detective Conan” – e, finalmente, temos a série de TV, “Magic Kaito 1412”. Ufa! Quanta coisa houve pra chegarmos a animação a ser analisada por aqui e tem um ponto pra ser dito: “Magic Kaito” não é spin-off de “Detective Conan” e vice-versa, pois mesmo passados no mesmo universo e possuírem propostas similares, são obras bem diferentes em sua execução.

Na série, Kuroba Kaito é um jovem estudante no 2° ano do colegial, que vive sozinho pois sua mãe está viajando mundo afora e o pai está desaparecido; seu estilo moleque e carismático conquista a quem o conhece, como também o fato de fazer mágicas, herança do pai que fora um famoso mágico. A pessoa mais próxima dele é Nakamori Aoko, amiga de infância, cujo pai é investigador policial e que tenta, em vão, prender Kaitou Kid, um famoso ladrão mágico – Kaito tem uma quedinha por tal garota, indo naquele típico chove não molha que conhecemos em animes.

Sem querer, um dia, Kaito acaba topando com uma passagem secreta que o leva a descobrir que seu pai fora o ladrão fantasma: quando notícias do retorno de Kaitou Kid surgem, o rapaz usa a roupa do pai desaparecido e descobre que o ladrão era o antigo assistente dele e a partir daí continuará seu legado e se envolverá em várias desventuras. E é durante um dos seus primeiros roubos que Kaito descobre um grupo que almejam encontrar Pandora, pedra capaz de dar imortalidade e que pode ser identificada quando se coloca diante da luz da lua – caso fique vermelha é a Pandora, cabendo ao novo Kaitou Kid evitar esta tragédia e se divertir com sua nova identidade.

“Magic Kaito 1412” traz uma atmosfera mágica e simples em sua execução, onde vemos Kaitou Kid praticando seus roubos – sempre devolvendo o que levou, normalmente pedras preciosas – e chamando a atenção do público e de seus fãs que querem ver qual será o próximo truque, dando uma bela dor de cabeça para o pai da Aoko, o Inspetor Nakamori Ginzou. Acrescente a entrada de um detetive colegial, uma jovem bruxa - ambos sabem quem é o ladrão mágico, mandando para o limbo o esforço em manter a identidade secreta a todo custo -, os roubos impossíveis do Kaitou Kid, os nomes das joias e temos aí uma salada de frutas nesta série.



A animação adaptou boa parte da trama original, seguindo certa cronologia, pois os OVAs não tiveram esse cuidado e evitando algumas histórias bobinhas do mangá. O mais curioso está na inversão participativa entre a série e “Detective Conan”; aos que acompanham este, é parte da estrutura de episódios e foram estes que catapultaram a popularidade de “Magic Kaito” e seus personagens - aqui foi feito isso, um crossover entre animes do mesmo universo (todos eles já foram retratados dentro do Conan) nos episódios 06, 10/11, 16 e 21 no caso desta animação. Uma grata surpresa vinda do estúdio, ciente desta ligação das duas séries, sendo um charme a mais na série de TV. Vale citar que a interação do universo de “Magic Kaito” se deve demais à atual obra do mangaká em sua versão anime e expandindo em outras produções, como em OVAs, filmes e especiais.

Falando de Conan, um fator muito curioso ocorreu durante a exibição de “Magic Kaito 1412”, aliás, dois: o anime do ladrão mágico esteve presente entre as dez séries mais assistidas por 21 semanas consecutivas e depois em seu último episódio, favorecendo a animação que viria depois – adivinhem qual... “Detective Conan”, ou vai dizer que não houve certo interesse do pessoal do Japão em acompanhar as duas crias do Gosho Aoyama?! Não é todo dia que presenciamos duas séries do mesmo autor no ranking da TV Japonesa, então pode comemorar porque isso é raríssimo de suceder. Outro ponto positivo foi a respeito das vozes do Kaito e do Inspetor Nakamori, que tiveram os mesmos dubladores que atuam em “Detective Conan”: sem eles, parte da mágica da série perderia a graça - pena que não houve o mesmo no restante do elenco, mas ainda assim o resultado é deveras simpático e agradável de se ouvir. Afinal, há animes que ao ganharem uma nova versão costumam mudar o elenco de dubladores e o máximo que pode ser mantido são os principais personagens, portanto, não estranhem se isso acontecer. São os ossos do ofício em animações...

A série contou com dois temas de abertura e dois de encerramento, que retratam o tom mágico e jovial da obra; “Kumi no MatsuSekai” do LAGOON e “Ai no Scenario” do CHiCO with HoneyWorks foram as aberturas usadas. “WHITE OF CRIME” do REVALCY e “Koi no Jumyou" do Galileo Galilei serviram de encerramento, todas com um ritmo que se encaixa no perfil que a animação oferece a quem a acompanhou.



Para um anime que foi o primeiro mangá serializado do Aoyama, “Magic Kaito” teve mesmo muita sorte por estar presente em sua obra atual e ter obtido duas adaptações animadas em tão pouco tempo. São raras as chances de um personagem ter tanta atenção, portanto, “Magic Kaito 1412” é a oportunidade para conhecer mais de Kaito e companhia e quem sabe, apaixonar-se por um enredo simples, simpático e mágico no seu ser e estar. Aos desavisados, não é preciso ver os OVAs ou assistir “Detective Conan” pra ver esse anime, basta apenas seguir na magia de Kaitou Kid e quem sabe, acompanhar seus brilhantes roubos e o encantamento de um ladrão mágico, ou como costuma ser chamado... o Mago do Luar...

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Um comentário:

  1. Havia conhecido o protagonista vendo DTC e quando soube dos Ovas fui logo assistir, mas nao havia tido tanta participaçao do Conan...Fato diferente dessa série de Tv...E que inusitadamente, ou nao, considerando que foi feita por um grupo um tanto diferente, o pequeno detetive até que aparece bastante...Só que um pouquinho mais "abusado" de como ele costuma ser de fato, na sua serie... (levo esse tipo de coisa tao afundo que assisti os episodios DTC e logo em seguida as suas respectivas readaptaçoes na série 1412 ).

    Bem, deixando o meu obvio favoritismo de lado, Magic Kaito tem realmente algo de muito especial e pude sentir a tal "magia' que emana. Simples e agradavel. Muito bom.

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