2 de dezembro de 2015

Resenha: Mad Love Chase (mangá)


Shoujo sempre foi um tipo de mangá que muita gente torce o nariz por conta da estética que possui, o que não significa que todo shoujo seja ruim. Infelizmente, nunca tive interesse em ter um mangá destes e os que me deu vontade ("KareKano" e "Card Captor Sakura)", tava na época sem grana ou o período de publicação havia terminado. Portanto, mesmo não tendo o mesmo potencial dos shoujos mais consagrados, me arrisquei a colecionar o “Mad Love Chase” e não me arrependo com a compra.

E o que fez esta redatora a colecioná-lo e gostar? Apenas leiam a análise e vão entender...

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Alternativo: Harlem Beat Wa Yoake made
Número de Volumes: 5
Editora: Kadokawa Shoten (Japão) / Panini (Brasil)
Gênero: Aventura / Comédia / Fantasia / Escolar


Por Escritora Otaku

Dê graças que ao menos a Panini tem lançado shoujos, sejam de curta ou longa duração, porque dizer que shoujo não vende não justifica os motivos que a grande maioria do público brasileiro optar mais pelos shounens. Muitos não entendem qual é a graça de ler tais obras, mesmo com muitos sites de animes e mangás escrevendo sobre esta demografia, dando exemplos famosos ou desconhecidos; o preconceito ainda existe e como mangás são mais lidos pela ala masculina do que a feminina, isto se torna um assunto a ser pensado com mais atenção.

Passado o momento de indignação, a análise é sobre um desses mangás curtos que a editora tem costume de lançar, que não possui anime pra representar, mas, tem seu charme e seu lugar ao sol. O que chama atenção é que o volume um tem a história fechada, ou seja, se não gostou não precisa continuar com o mangá em si. Caso tenha se identificado com a trama de “Mad Love Chase”, a história continua nos volumes seguintes até seu derradeiro final.

Seguiremos com a análise e com o depoimento da redatora sobre como foi colecionar este mangá curto...


Enredo
“Mad Love Chase” conta a história de Yamato Kujo, um jovem rapaz que leva sua vida de maneira livre, leve e solta; sua personalidade avoada e jovial escondem sua real identidade: a do príncipe dos demônios, Kaito. O próprio fugiu do Makai e veio para o mundo humano – Japão pra sermos exatos –, onde tenta seguir uma vida normal ao lado da Enfermeira Haga, uma mulher bem farta de seios grandes, séria e que na verdade é a mascote de estimação de Kaito, a Rebun que tem forma de uma gata.

Pra trazer de volta o príncipe fujão, o pai de Kaito envia três demônios para o mundo humano: o vampiro galanteador Souya; o morto-vivo forte e gentil Taiki e o lobisomem pavio-curto Touma que tem de procurar por Kaito. A única coisa que pode servir pra identificar o príncipe é uma tatuagem tribal que possui nas costas, que Yamato tem de esconder pra não descobrirem a sua identidade. E juntando com as confusões e perseguições, a história prossegue sem perder o bom humor...

A principal característica deste mangá é a comédia e as confusões relacionadas a identidade do Yamato, que está nem aí pra voltar ao Makai. E aliado as atrapalhadas do trio e de outros personagens isso dão toque no mangá, que segue o contexto até o seu final.


Contexto, Traço e personagens
Como manda o figurino, “Mad Love Chase” possui um traço bem detalhista típico dos shoujos, cortesia de sua mangaká, a Kazusa Takashima. O interessante é que foi o primeiro shoujo da mangaká e em seus posfácios (representada sob a forma de uma cadelinha com rosto humano) ela retrata suas dificuldades e alegrias em desenvolver o mangá em si. Estes posfácios são bem engraçados e explicam melhor certos pontos existentes da trama.

Os personagens da história são bem clichês, então, não espere por nada e tampouco por romances açucarados: o ponto central é a comédia e trapalhadas de Yamato e companhia, passando por raros momentos de impacto. E por ser um mangá de curta duração, o elenco de personagens é pequeno e coerente ao contexto abordado, seja nos momentos cômicos – que tem aos montes –, como nos momentos que entrelaçam a trama principal.

Se for pra destacar um personagem em “Mad Love Chase” seria o próprio protagonista, o Yamato, que ao mesmo tempo que tenta ter uma vida tranquila, tem de esconder sua origem real. O típico personagem de dupla identidade, com um visual humano sem grandes atrativos – ele é baixinho, avoado, atrapalhado e muito entusiasmado – totalmente o oposto de sua real forma – alto, forte e de semblante sério – que mesmo sendo óbvio consegue convencer a quem acompanha suas desventuras.


Aspectos do mangá e a edição brasileira
O mangá teve início nas páginas da revista Asuka ("Trinity Blood", "D.N.Angel", "X") da Kadokawa Shoten (“Chrno Crusade”; “Sora no Otoshimono”, “Karin” entre outros) durante os anos de 2002 a 2008, totalizando cinco volumes encadernados. Durante o período que foi publicado, a série teve apenas um Drama CD, trazendo a narrativa do mangá em vozes – similar as rádios novelas no Brasil - e eventos pra promover a obra.

No Brasil, o mangá foi lançado de forma bimestral durante os anos de 2012 e 2013, com distribuição setorizada. Em aspectos técnicos, o mangá segue o padrão dos títulos da Panini, com uma excelente tradução, posfácios da mangaká e glossário com termos usados; cada volume custa em torno de R$ 10,90, preço que era padrão dos mangás da editora. Sobre o título usado, “Mad Love Chase” é o subtítulo da obra e o nome ocidental por onde foi publicado, pois dizer “Harlem Beat Wa Yoakemade” é deveras complicado. A tradução do título original é “Ritmo do Harlem até o Amanhecer”, ou seja, ainda bem que ficou como “Mad Love Chase” por aqui.


Depoimento pessoal sobre o mangá
Como havia dito lá no meu comentário pessoal, nunca tive a oportunidade de colecionar mangás shoujos e já tinha visto a sinopse desse pela net. Quando o mangá deu as caras, decidi dar uma chance e o primeiro volume é uma história fechada – na verdade, esta era a intenção da própria editora japonesa -, e no fim acabei achando legalzinho e bem engraçado. Acontece que como eram apenas cinco volumes e minhas excursões com mangás da Panini (“Chrno Crusade”, “Witchblade”, “Slayers” e atualmente “Psychic Detective Yakumo”) foram satisfatórias, tomei coragem e colecionei - e como nunca havia colecionado shoujos, mesmo não sendo grande coisa, me apaixonei com as atrapalhadas do Yamato e companhia.

Claro que como estamos falando de distribuição setorizada, houve atrasos em torno dos volumes três ao final – caso bem similar quando colecionei “Chrno Crusade” –, e todas as edições vieram nas bancas da cidade onde compro. Ao menos, dá pra confiar mais nos checklists da Panini do que os da JBC no Espírito Santo. Se soubessem a raiva que passei por causa do “Magi”, que acabei desistindo de colecionar... Melhor nem comentar.


Considerações finais
“Mad Love Chase” pode não ser um grande shoujo como certos títulos que conhecemos por aí, porém cumpre a proposta e me diverti em seus cinco volumes. A vantagem de mangás de curta duração é ter a coleção completa mais rapidamente que mangás mais longos, que possuem a possibilidade de serem cancelados a qualquer momento pelo desinteresse das editoras em mantê-los.

Se for dos que curtem shoujos cômicos e personagens clichês agradáveis de acompanhar, este mangá segue a ótica sem ser cansativo. Quem sabe acabe se identificando com o Yamato e companhia, como foi no meu caso?



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