9 de outubro de 2016

Fim de Temporada: Melhores Animes Verão 2016

Saiba quais foram os melhores animes da temporada de verão na visão de alguns membros do Animecote!


Até o início de 2015 esse tipo de post era sempre feito pelo webmaster Bebop, que listava os que foram em sua opinião os melhores animes de cada temporada. Por culpa - pra variar! - da sempre exigente vida real, ele teve de parar com isso já que mal conseguia finalizar um número razoável de animes, e admito que sempre tive vontade de fazer isso em seu lugar - mas, como geralmente levo dias ou semanas para encerrar a maioria das séries após chegarem ao fim, nunca encontrava o "timing" para seguir com essa ideia.

E, bem, passado algum tempo (quase dois anos...) finalmente fui capaz de leva-la adiante, com a diferença de que não serei o único a expor minhas opiniões: O nosso bom amigo Evilasio Junior e o eterno estagiário Tadashi Katsuren também contribuíram para esse post, e cada um de nós montou seu próprio "Top 5" formado por animações finalizadas na temporada de verão - há ainda a categoria opcional de pior anime, a qual não era obrigatório escrever a respeito.

Logo abaixo verão 3 Tops que, talvez por ter sido uma temporada sem muitos destaques, quase possuem todos os mesmos animes em comum - para quinze indicações no total apenas 6 títulos diferentes foram citados, mudando mais as posições entre um e outro. Falamos praticamente das mesmas obras, porém cada um à sua maneira e ponto de vista, e espero que curtam e apoiem esta ideia, que sofrerá alterações em temporadas futuras de acordo com o feedback obtido.




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Erick Dias


5º - Fukigen na Mononokean

Animação de baixa qualidade e trilha sonora fraca à parte, "Fukigen na Mononokean" não se aproximou dos melhores animes de mesmo tema que já vi e tampouco me foi tão sentimental quanto o ótimo mangá, mas ainda assim não deixou de ser uma prazerosa e sensível história que retrata a curiosa e por vezes conturbada relação entre humanos e youkais.


Apesar de eu considerar o protagonista Ashiya um tanto chatinho e barulhento demais em alguns momentos (e pra piorar com a dublagem de Yuki Kaji, que não larga esse tipo de papel!), não nego que seu modo de agir e pensar diante do fato de começar a ver e interagir com youkais foi um dos pontos mais simpáticos e tocantes nesse anime, junto aos casos quase que episódicos que traziam criaturas interessantes com seus problemas diversos e incomuns. Um youkai baixinho que se expressa através de máscaras, todavia fica impossibilitado de mostrar-se alegre ao perder a que é usada para esse sentimento; outro youkai com aparência de espantalho que precisará superar a perda de um amigo caso não queira ficar perdido pra sempre numa névoa sem fim; a extrema preocupação de um youkai pássaro com sua princesa volúvel da qual gosta, que se isola dentro de um ovo toda vez que termina um relacionamento; ou o drama de um pobre e adorável cachorro que, após morrer, torna-se solitário por ninguém mais vê-lo e dar-lhe atenção, agarrando-se a Ashiya de forma tão persistente no início do anime que chega a pôr em risco a vida do rapaz. Esses e outros pequenos arcos, em sua maioria, me sensibilizaram bastante (só que o mangá foi melhor pra mim nesse ponto, como já disse), e os argumentos em si podem ser por vezes bobos e simplistas, porém são tratados com um mínimo de eficácia e forte ênfase nos sentimentos de seus participantes. E é claro que, enquanto há esses draminhas e o desenvolver de Ashiya também surge espaço para uma comédia leve, destacando aqui as constantes discussões entre o protagonista e seu "patrão", o ranzinza Abeno

Se fosse mais ousado em alguns instantes ou demonstrasse maior complexidade em seu todo "Fukigen na Mononokean" poderia talvez até aparecer numa posição melhor no meu top, mas de todo modo está feita a recomendação.




4º - Nejimaki Seirei Senki: Tenkyou no Alderamin

Graças aos guias que faço a cada temporada eu acabei pegando um grande preconceito e impaciência com adaptações de light novels, visto a frequência que se repetem determinados conceitos e fórmulas "engessadores de roteiro" que servem para atrair e fidelizar seu público alvo - são raros os títulos que escapam da tentação de se afundar nestes truques, e mesmo assim não saem totalmente ilesos. "Nejimaki Seirei no Senki" se encaixa no segundo caso; sua narrativa tropeça lá e cá com alguns hábitos tolos desse tipo de mídia, mas no geral eles causam danos mínimos para o andar da série, não comprometendo o entretenimento causado por uma boa história que mescla conflitos militares e pitadas de fantasia.


Vindo de uma obra que não tenta atiçar seu leitor com erotismo fora de lugar ou um pseudo romance acéfalo entre seus protagonistas, "Nejimaki" deve ter pego de surpresa muitos daqueles que suportaram seus primeiros e lentos episódios, pois o que se viu foi um enredo que trouxe à tona discussões e intrigas políticas, leves reflexões religiosas e estratégias militares de maior maturidade do que é usual para animes, sendo esta última retratada quase que integralmente pelo jovem Ikta Solork - personagem cujo arquétipo de pessoa inteligente, porém extremamente preguiçosa não é do meu agrado, mas neste caso deu pra relevar devido às suas notáveis declarações e atos em vários trechos do anime. Com sequências de combates mais interessantes por conta da preparação e evolução das mesmas do que por mero apelo visual (já que há um considerável abuso de cenas estáticas ou pouco movimentadas, além do uso precário de CG), um casal de protagonistas de personalidade forte - precisamente Ikta e sua amiga de cabelos ruivos e muito boa de briga Yatorishino - e eventos que surpreendem pela coragem ou criatividade com a qual encerram determinadas questões, "Nejimaki Seirei Senki" em um todo me foi uma obra bastante inteligente (no que seria possível com o material e fonte disponíveis) e divertida, não esquecendo também seu teor sentimental em algumas cenas, atributo este que não esperava ver de forma tão intensa por aqui. Acompanhando a ascensão militar de um jovem prodígio e os obstáculos que ele e seus companheiros enfrentam ao se envolverem num conflito entre duas nações de ideologias opostas, eis um exemplo positivo de animação que trata com maior esmero uma história voltada a guerra - tarefa na qual a boa light novel chega até a se sair melhor por ser obviamente mais descritiva, mas é uma pena que seu projeto de tradução esteja atualmente parado. 

(a propósito, se o anime tivesse vindo com 24-26 episódios ele causaria um tremendo barulho por culpa do que aconteceu nos últimos volumes lançados...)




3º - Mob Psycho 100

Eu não cheguei a me importar tanto com os traços feiosos e tortos do mangá - apesar de que alguns quadros se superavam nisso de tão toscos... -, contudo vi com bons olhos essa repaginação do estúdio Bones, que incrementou o "character design", foi fiel às detalhadas sequências de luta da obra original e ostentou as pra mim melhores cenas da temporada nesse quesito. "Mob Psycho 100", como história, traz uma "bagunça organizada" de incidentes e mal entendidos que vão reunindo figuras excêntricas por motivos praticamente idiotas ao redor de um protagonista que possui dificuldades em se expressar, porém a comédia sacana de One e as já citadas boas cenas de ação é que tornam tudo isso algo deveras divertido.


Não tenho muito o que discorrer a seu respeito que não vá ser dito de novo logo adiante: pura e simplesmente, "Mob Psycho 100" me foi bastante hilário com suas quebras de expectativa em várias piadas, além de cativante tanto pela bola de neve de eventos bestas acumulados em torno de Kageyama, quanto pelo bom truque narrativo de mostrar a medição de suas emoções reprimidas - que, uma vez atingido o limite e se transbordando, fazem o rapaz manifestar seus poderes de maneira colossal e descontrolada. Por fim, também acho digno de ser mencionado como toda essa loucura consegue destacar e destrinchar os problemas do protagonista sem recorrer, para isso, a muita pieguice ou diálogos excessivamente pomposos; eu não aguardava e muito menos achava necessário qualquer desenvolvimento no caráter do personagem principal tendo em vista o estilo da obra, entretanto esse adendo recebeu um uso satisfatório ainda que sua presença tenha sido modesta. O primo mais popular "One Punch Man" virá em breve com sua segunda temporada, e muito espero que "Mob Psycho 100" não demore para também conseguir isso.



2º - ReLIFE

Serei brevíssimo nesse e empurrarei comentários mais longos ao Evilasio que também o citou, mas "ReLIFE" foi outro mangá - e por consequência anime - do qual não tinha expectativa de testemunhar algum enredo mais encorpado, visto que sua origem era algo de capítulos curtinhos publicados gratuitamente no site da Comico. 


Posso questionar os argumentos usados para justificar a nova passagem de Kanzaki no ensino médio e até ter ficado muito impaciente com os atos e declarações de certa personagem ruiva de dificílimo trao, mas fora isso o anime soube aproveitar a comédia sem tornar-se um pastelão, e o drama sem extravasar no sentimentalismo para narrar a experiência do protagonista neste cenário inusitado e suas interações com os novos colegas de classe. É engraçadinho quando pode e sério quando preciso, e sem dúvida o melhor atributo da trama é a montagem do personagem principal, cujo modo de agir e refletir em várias cenas condiz com a sua situação, a de um adulto com maior experiência de vida tendo de lidar, diariamente, num mesmo nível hierárquico com adolescentes carregados de pequenos dilemas que suas cabecinhas imaturas engrandecem a níveis desproporcionais - isso enquanto ele também possui seus próprios problemas, que não são nada leves. No final eu acabei "perdoando" e aceitando até a ruivinha Rena por conta da atenção e bom tratamento que são dados ao seu caso, e num geral só teria a reclamar mesmo (fora a animação mediana e a trilha sonora boa, porém repetitiva) do fato de que uma sensível parcela dos personagens principais me pareceu subaproveitada, o que talvez se justifique pelo que pôde ser adaptado de um mangá ainda em andamento.




1º - 91 Days

Um comentário rotineiro dado a esse anime pelos blogs e redes sociais - e que até verão ser dito mais de uma vez nesse post - é como "91 Days" não foi um anime inovador em qualquer quesito (especialmente na questão de enredo, se comparado com outras mídias), entretanto ostentou uma elogiável consistência em seus 12 episódios - algo que, convenhamos, é raro de se ver na grande maioria das animações que apresentam uma história linear, sejas elam adaptações ou obras originais, como é o caso aqui. Se no guia da temporada de verão eu disse que tinha receio da afetação e pedantismo excessivos dos personagens por conta do que era exibido nos trailers, ao final acabei queimando a língua (ou os dedos, né) porque, tirando um figurante dos primeiros episódios e principalmente o louco do mafioso Fango - esse sim achei caricato demais em algumas cenas, apesar de até entreter -, a caracterização geral do elenco foi bem sóbria, considerando o cenário. E a montagem do personagem principal Avilio e seu plano de vingança, então, foram muito atrativos.


"91 Days" trouxe uma trama clássica envolvendo mafiosos americanos no início do século XX: comércio ilegal de bebida, acordos por debaixo dos panos onde um quer levar vantagem sobre o outro, traições entre membros da própria família, conluios, intrigas, desconfiança constante, camaradagem, perseguições em carros antigos e barulhentos, troca de tiros onde vemos que a pontaria de todo mundo precisa ser melhorada e mortes, muitas mortes - boa parte delas de impacto e inesperadas, porque ser protagonista ou coadjuvante, carismático ou não, subalterno ou um dos chefes de família, não lhe garante sobrevivência até o final. Nisso, Avilio age de maneira podre e calculista para concluir sua vingança, ocasionando assim em planos e esquemas geralmente engenhosos - e deixando sempre no ar como isso tudo terminará, visto que pelo meio do caminho surge uma relação cada vez mais intimista justamente com um de seu alvos, Nero, além de certas descobertas e acontecimentos trágicos que não estavam previstos. Havendo ainda uma trilha sonora agradável e uma animação raramente instável, "91 Days" me foi um anime extremamente sedutor e empolgante; seus elementos e reviravoltas são muito habituais de se ver nos filmes focados em mafiosos (especialmente os dos anos 60 e 70, e outros do início da década de 90 quando o tema voltou a ser popular por conta de "O Poderoso Chefão 3"), porém presenciar isso sendo aproveitado numa animação japonesa, e ainda por cima com uma direção competente num roteiro bem atado e sem sofrer grande influência dos vícios e artifícios inerentes a essa mídia, tornou essa série com folga a minha predileta da temporada. Diverte pela ação e seus personagens canalhas, instiga e causa surpresa pelas tomadas de decisão em certos trechos onde outros animes tentariam fugir ou amenizar a situação e, por fim, tem seu toque de emoção devido a esses mesmos momentos.

Pronto, terminou a sessão de rasgação de seda - pelo menos a minha parte nisso. Agora, para encerrar falando rapidamente do outro lado da moeda...



Pior anime: Rewrite



É ofensivo dizer que o anime "Rewrite" é uma adaptação do jogo de mesmo nome, e não só porque apresentou uma nova história para uma personagem que, no original, não possui rota própria: Abusando de cortes bruscos, se aproveitando de maneira excessiva e amadora da trilha sonora da visual novel, mesclando um em cima do outro elementos de rotas diferentes do jogo e mostrando tudo isso através de uma narrativa picotada e corrida, o anime "Rewrite" é uma vergonha em se tratando de história, coerência e bom senso. Se muito, salva-se parte de sua comédia, ao menos aquela que não interfere em demasia nos momentos de maior tensão - tenho de admitir que algumas piadinhas e interações entre os personagens são bastante simpáticas (pessoalmente curti mais as cenas do protagonista com Kagari e Kotori, pois Hanazawa Kana e Saito Chiwa fizeram ótimas dublagens nelas), porém se quiser ver isto terá de aturar uma trama de teor sobrenatural toda esburacada que deixa várias pontas soltas, especialmente nos últimos e tenebrosos 3 episódios. A segunda temporada está prevista para estrear em janeiro, mas já tenho a certeza de que não prosseguirei nessa viagem mesmo sendo atraído pela maioria do elenco.

Ostentando ainda grande inconsistência no nível da animação e um doloroso CG usado à exaustão nos monstros que surgem e em outras cenas banais onde isso não seria preciso, eu sinceramente recomendaria que, ao invés do anime, fosse dada uma chance ao jogo em si - alguns de seus argumentos e eventos podem ser bobinhos mesmo estando bem explicados, contudo acho bacana como ele sabe envolver de maneira hábil quem o joga para fazê-lo ficar íntimo dos personagens e seus respectivos dramas, objetivo esse que o maltratado anime nunca chegou perto de alcançar.


(ah, para a questão de pior anime sempre deixarei de lado séries com episódios de curta duração, porque acho injusto coloca-las no mesmo grupo. Se não fosse por isso poderia citar "Ozmafia!" ou "Onara Gorou", que me foram beeeem piores do que "Rewrite")




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Evilasio Junior

Quando o Erick me convidou para escrever esse texto, primeiro eu fiquei empolgado, afinal faz tempo que não faço um texto em conjunto com outros redatores amigos. Porém logo caiu a ficha de que teria de fazer um top, o que não é exatamente algo que me agrada muito hoje em dia, embora costume ler textos desse tipo para tentar entender melhor a opinião dos outros. Apenas para sanar qualquer dúvida sobre o porquê não curto tanto escrever tops, o motivo é que eles mudam muito facilmente: o que eu penso hoje, devido a vários fatores, pode mudar amanhã. No entanto, acredito que particularmente essa temporada foi uma das mais fáceis para escolher um top 5.

Antes de continuar, quero deixar realmente claro que não sou contra tops; estou empolgado em ver o resultado dessa iniciativa e ansioso por termos bons motivos para fazermos o mesmo ao fim da temporada de outono. Só expliquei minha visão inicial sobre criar tops para que as pessoas entendam que minha opinião é apenas mais uma e pode mudar, então não precisam se prender a ela, mas ficarei muito feliz se ela puder ajudá-los a selecionar que séries assistir, ou ao menos, se puder entretê-los positivamente. Além disso, já deixo claro que estou sempre aberto a críticas e sugestões.

Finalmente, eu não vi todos os animes dessa temporada, então é claro que pode haver séries muito boas que não considerei - por exemplo, eu não vi "Tales of Zestiria" ainda, uma série que muitos me recomendam e que pretendo ver no futuro. Sem mais delongas...


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5º - Fukigen no Mononokean

Provavelmente esse é um dos meus animes preferidos da temporada, ainda que seja de um estilo de trama que não gosto muito hoje em dia, o slice-of -life. Inclusive, este anime se encontraria numa posição melhor não fosse o pífio trabalho do estúdio Pierrot Plus.

"Fukigen no Mononokean" certamente lembra séries como "Natsume Yuujinchou" e "xxxHolic"; porém, ele tem sua originalidade e consegue apresentar uma proposta diferenciada, ainda que tente também trazer o sobrenatural para um pouco mais próximo de nós, não como algo a ser temido, mas como algo a ser respeitado e cujo bom convívio é positivo a todos.

O fato desses animes supracitados serem praticamente episódicos ajudam a trama, mas criam sempre o velho problema de repetição, que cada um tenta sanar de sua própria maneira. Em Fukigen essa solução está especialmente relacionada na quebra de expectativa de como os seres humanos, especialmente o protagonista Ashiya, pensa que os youkais são, pois é sempre algo novo. Somado a isso, o humor leve e a existência do outro personagem humano principal, o Abeno, que junto ao youkai Mononokean nos explica aos poucos as regras desse universo, cria um ambiente muito propício para que as tramas de cada episódio sejam resolvidas de forma pouco surpreendente, mas muito gratificante, uma vez que há uma desmistificação muito bem feita da figura do youkai.

O anime possui suas falhas, especialmente na parte técnica por conta do que o estúdio responsável nos proporciona. É claro que o mangá em que ele se baseia é melhor, porém não tem também um roteiro primoroso - mas, como já citado, a trama é muito agradável, especialmente aos interessados em obras sobrenaturais, que não são levadas nem para o lado do terror, nem para uma trama cheia de ação.

Apenas para não ficar uma citação muito vaga das falhas do estúdio, cito como pontos fracos do anime a animação simplória e por vezes falha, a palheta de cores que chega a incomodar e o CGI em alguns momentos, pois no geral o CGI dos youkais não me incomodou tanto, com a exceção do youkai raposa (Por que, Pierrot? Por quê?). No entanto, o que mais me desanimou na parte técnica foi o desserviço com relação aos efeitos sonoros e a trilha, que não chega a ser ruim, mas que é muito mal encaixada e cuja mixagem me irritava profundamente, especialmente durante a fraquíssima abertura e o igualmente fraco encerramento.

Finalmente, "Fukigen na Mononokean", apesar dos pesares, é uma série da qual recomendo profundamente.



4º - 91 Days

Não sei muito bem como explicar o porquê gostei tanto desse anime. Fora a questão de ter visto junto a vários novos amigos e de gostar do tratamento geral que o anime recebeu do estúdio Shuka, acho que o fato de ser um anime sobre máfia foi o que mais me agradou.

No fim, não chega a ser uma trama surpreendente, mas com ótimas escolhas, especialmente durante as cenas de tiroteio, que são muito bem trabalhadas. Além disso, alguns personagens, como o Corteo, o Avilio/Angelo, o Nero e o Fango realmente são cativantes e é divertido acompanhar suas trajetórias, ainda que curtas.

Vale ressaltar que o fato de ser uma série mais adulta por si só já me agradou, no entanto a trama realmente prende a atenção, especialmente pela forma como é construída. Contudo, ainda acho que o ritmo, especialmente no meio do anime, podia ser um pouco mais intenso, mesmo para uma obra sobre máfia - o problema desse ritmo em minha opinião, é que apesar de ter adorado a animação, ela me parecia muito mais um filme, ou uma trilogia de filmes e por isso carecia de um desenrolar um tanto mais rápido. Eu no mínimo acredito que o anime poderia ter até dois episódios a menos que não faria muita diferença.

Sobre a parte técnica, quase tudo ficou muito bom, acho que talvez o design de personagens tenha mudado de maneira um pouco estranha em algumas cenas nos episódios finais do anime, mas pode ser só meu olhar crítico querendo ser chato. A única coisa que realmente não gostei foi o tema de abertura: Independente de eu gostar ou não da banda Ling Tosite Sigure, a música realmente não combinou nem com a excelente abertura, nem com o anime no todo, inclusive foi a única música na trilha do anime que me desagradou.

"91 days" é um bom anime para se apreciar sozinho ou em grupo, e cujos 12 episódios merecem ser digeridos com calma, mas acredito que você pode curtir bastante o anime o assistindo em 3 ou 4 dias apenas, não precisando necessariamente ver só um episódio por dia.



3º - Nejimaki Seirei Senki: Tenkyou no Alderamin

Obras militares sempre me cativaram, especialmente as que destacam bem como as estratégias são utilizadas. Por acaso, os animes que melhor exploram esses aspectos são óperas espaciais como "Tytania" e "Ginga Eiyuu Densetsu", ou mechas como "Code Geass" e os diversos Gundam. Então ter uma obra dessa num universo de “fantasia” medieval é muito gratificante, pois é quase que algo novo - acredito que "Densetsu no Yuusha no Densetsu" tentou, embora não seja tão bom, fazer o mesmo.  Fora essa obra nenhuma outra nesse tipo de cenário me vem à mente.

Está meio clara a influência de "Ginga Eiyuu Densetsu" em Nejimaki na minha opinião, mas isso não significa que ele seja uma cópia, pelo contrário; as peculiaridades de seus personagens principais e do universo nos transporta para uma trama inédita e muito bem explorada ainda que curta a meu ver. Algo que distancia "Nejimaki" de "Ginga Eiyuu Densetsu" parece ser a ausência de um oponente à altura do protagonista na maior parte do anime - e quando esse opositor aparece, temos um dos melhores episódios da série.

Vale destacar também que as cenas de luta, especialmente as da personagem Yatorishino Igsem são excelentes, e por sinal ela é de longe minha personagem preferida. Além disso, a forma como o avanço tecnológico influencia o aspecto militar é memorável, pois o anime faz referências que lembram muito os conflitos da primeira guerra mundial, ainda que adicione elementos de cruzadas e outros eventos militares da Europa medieval.

Não tenho nada de negativo a destacar sobre o trabalho da MadHouse, pelo contrário, esse não seria nem de longe o estúdio que pensaria para esse tipo de anime e ainda assim mais uma vez a “Casa dos Loucos” nos entregou uma série de animação excelente que só não é melhor, porque não tem mais episódios.



2º - Mob Psycho 100

"Mob Psycho 100" não é só um dos meus animes preferidos na temporada como também, o que mais me surpreendeu principalmente devido ao trabalho do estúdio Bones, cujo adjetivo a ser usado para esse não pode ser menos de magistral, pois o estúdio é como um grande maestro nesse anime ao adaptar de forma magnífica a trama de One com uma arte muito melhor (muito, muito, muito melhor) que a do mangá, junto a escolhas tanto de cores, quanto de efeitos e de trilhas que só engrandeceram ainda mais a série.

Para você ter ideia como o anime me impressionou, cheguei a começar a ler o mangá do One, e por mais divertida que a trama fosse não consegui acompanhá-lo tamanha a feiura da arte. E não me entenda mal, pois a arte sequencial do One continua tão boa quanto em "One Punch Man", mesmo que para mim a trama desse último seja bem mais empolgante, porém a falta que um Murata faz é absurda. Inclusive, se você não leu "One Punch Man" e gostou do anime de Mob e quer ler os mangás do One, faça um favor a si mesmo, leia uns 100 capítulos de "Mob Psycho" para se acostumar com o mangá antes de ler sequer um capítulo de "One Punch Man" - ou então comece pela versão de OPM desenhada por One, apesar de que não recomendo isso.

Para não parecer que estou apenas criticando o autor do mangá de "Mob Psycho 100", o mérito da boa trama desse anime recai muito mais sobre ele do que no estúdio em minha opinião. É bem perceptível o estilo narrativo do autor para os que conhecem One Punch, ainda que sejam histórias completamente diferentes. O One parece ter um dom para tornar divertidas situações completamente esdrúxulas com personagens extremamente incomuns, alguns desses que estranhamente tem como mote a falta de carisma e que ainda assim são carismáticos.

Mas enfim, "Mob Psycho 100" não é exatamente um anime primoroso em todos os aspectos, é claro, não tendo o design de personagens fantástico de One Punch, nem chega a ser tão bom quanto o dos animes que estão em terceiro e quarto lugar nessa lista. Ele tem minha abertura preferida da temporada, mas não necessariamente a melhor trilha. Tem personagens que me agradaram muito, mas que não são os melhores. Na verdade, o que faz esse anime estar nessa posição da minha lista é o fato de meu gênero preferido ser comédia e nisso "Mob Psycho 100" é muito bom sim - ao menos, depois do episódio 2, não sendo poucas as vezes em que tive de parar o anime porque não estava aguentando de tanto ri.



Caso você queira ver uma animação com uma trama que não se leva a sério em momento algum, com personagens carismáticos e até meio desprezíveis e com piadas estúpidas que podem fazer você gargalhar alto, ou que ao menos vão por um sorriso no seu rosto, não deixe de assistir "Mob Psycho 100" e torça por uma segunda temporada, porque o mangá...



1º - ReLIFE

Estranho como mesmo tento passado apenas alguns meses, qualquer obra que você goste muito, te faz pensar que passaram anos desde a última vez que a viu. Essa é a impressão que tenho com "ReLIFE": Foi o primeiro anime que vi na temporada de verão e por ter sido distribuído por inteiro em um dia, foi também o primeiro anime que terminei - aliás, terminei antes de começar todos os outros (eu gosto de maratonar, ok?).

Como faz muito tempo que esse anime saiu, vou lhes lembrar da trama. Simplificando, "ReLIFE" conta a história de um homem de 27 anos que pediu demissão de seu emprego em uma grande empresa e que desde então só consegue trabalhos de meio período, o que aparentemente não é o bastante para o manter. Numa noite, voltando do bar que havia ido com seus amigos, ele é abordado por outro homem que o propõe participar de um experimento chamado ReLIFE, onde durante um ano o protagonista terá de viver como um colegial novamente - para tal, a empresa que conduz o projeto desenvolveu uma pílula que faz com que a pessoa tenha mais uma vez sua aparência de quando era adolescente, ainda que seu corpo continue com as limitações da idade verdadeira da mesma. Tal projeto visa resgatar "NEETs", como o protagonista, para que eles se reintegrem à sociedade. Enfim, o anime acompanha essa nova experiência do personagem no colegial e sua interação com as pessoas com quem irá conviver durante o período desse experimento.

Primeiramente, colegial? Por quê? Não podia ser uma série adulta já que o protagonista o é? Caso você realmente esteja pensando nessas questões, provavelmente ainda não viu esse anime - e não se sinta confrontado, eu também pensei isso no começo. Em segundo lugar, o motivo para eu não ter mencionado o nome de nenhum personagem durante a sinopse é que a priori não faz diferença; não me entenda mal, os personagens são sim interessantes, mas o mote principal da premissa tem muito mais a ver com a forma que cada um de nós, uma vez que somos adultos, reagiríamos. E o anime se baseia muito nessa questão, de como seria se pudéssemos reviver nosso período de colegial com o conhecimento e experiência de vida que temos hoje, e é isso que mais me encantou nele.

Uma frase que me vem muito à cabeça ao ver qualquer história colegial, seja em anime ou em outra mídia, é como tudo que parece importante para os personagens não passa de uma pequena fase - e que geralmente nem é mais importante e nem a melhor fase da vida de cada um. Se você é um adolescente, tente não levar a sua vida tão a sério. E se você é um adulto, pense um pouco no seu eu colegial e no quanto provavelmente você era imaturo para tudo.

"ReLIFE" não tem a melhor arte, nem melhor animação, nem a melhor palheta de cores, e tampouco a melhor trilha sonora da temporada, embora os encerramentos (no plural mesmo) possam te surpreender. Também não é o anime mais divertido, mas provavelmente é o que melhor conversou comigo, porque especialmente muitas das situações que o protagonista passou, eu também passei na minha vida. Além disso, ele trata com muita sutileza de questões tanto de adolescentes, quanto de adultos, apresentando personagens e situações que não são mais apenas alguns clichês de anime, mas que são clichês da vida.

Certamente, esse não será uma animação que irá figurar na lista da maioria das pessoas como um dos melhores do ano, mas que vai sim agradar, como já agradou a muitos. E por conta da experiência pessoal de assistir qualquer anime é muito diferente de pessoa para pessoa, certamente este pode não emocionar e nem impactar outras como me impactou, mas possivelmente para mim ele é um dos que mais me agradou este ano e certamente é meu anime preferido do verão.



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Gabriel Katsu (Tadashi Katsuren)

É bem complicado, pelo menos para mim, elencar obras que eu gostei numa ordem em que uma se torna teoricamente melhor que outra. Acabaria sendo mais fácil se eu apenas escolhesse elas por suas qualidades-chave, e isso acabou tornando esta minha participação neste texto um tanto complicada na hora de decidir qual anime iria em qual lugar da lista. Para tanto, eu decidi seguir alguns critérios bem simples: Produção, Meu Aproveitamento Individual e Roteiro. Dentro de produção analisarei os quesitos técnicos, em roteiro as partes da história do anime e, por fim, em aproveitamento individual usarei um critério bem pessoal para dizer o quanto eu simpatizo com obras desse estilo e o quanto elas me ganharam nesse ponto.

Sem mais delongas, vamos lá!


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5º - Mob Psycho 100

Se eu elenquei aqueles critérios ali em cima como meus guias para escolher estes animes, "Mob Psycho" com certeza ganhou seu lugar nessa lista por causa do quesito Produção. Já é de muito tempo que eu sou fã do estúdio Bones, mas nos últimos anos eles andam acertando mais do que o normal. "Mob Psycho" 100 é outro anime que vem de uma adaptação das obras do recém famoso (pelo menos em proporções globais) mangaká One; entretanto, ao que difere de "One Punch Man", esta nova obra adaptada não teve uma republicação em que outro mangaká cuidou da arte enquanto One se focava apenas do roteiro. O resultado disso é o seguinte: A arte do mangá de "Mob Psycho 100" é horrível.

Eu sei, tem gente que vai dizer que esse é só o estilo do One, e que ele cumpre com o papel de passar a história do jeito que o autor deseja, quando se trata de brincar com o humor que seus mangás trazem. Mas eu tenho dois pés atrás para aceitar essa desculpa, pois One tem um traço horrível e não se importa em melhorar, essa é minha opinião - são desenhos tortos, disformes, falhos em anatomia, detalhes e proporção. Talvez a única coisa que se dê de crédito ao quesito técnico no desenho de One, seja pela sua perspectiva e dinamismo de posição dos personagens em cenas de combate.

Quando ouvi falar que um mangá feito apenas pelo One ganharia anime, eu não dei bola, porque conhecia o traço que iria encarar - e quando vi os teasers, mesmo sabendo que foi o Bones quem topou o desafio, eu ainda assim não me animei. Contudo, levei um belo tapa na cara com a adaptação: O Bones conseguiu fazer milagre com "Mob Psycho 100", transformando os traços disformes do autor original em algo digerível de ser visto, sem perder a peculiaridade do "character design" original. Mas o grande prêmio ao anime tem de ser dado para a equipe de animadores da Bones; as cenas de combate estão sensacionais, dignas de serem tomadas em nota. Elas estão bem fiéis ao mangá (nesse ponto One tem crédito também, já que seus combates são desenhados de forma bastante fluída e compreensível), e nem por isso deixam de ser interessantes.

No roteiro, eu não fiquei muito impressionado. Se você gosta de jovens com poderes especiais dentro de uma sociedade normal se digladiando por motivos pra lá de fúteis, esse anime é super a sua cara. Tem todo o jeito de Shounen, com personagens bem icônicos e estereótipos já esperados para a demografia, e não chega a ser ruim, só se torna previsível.

No que diz respeito ao meu aproveitamento, eu já comentei isso em podcasts lançados no blog, mas a única coisa que pensava enquanto via os combates de "Mob Psycho 100" era o seguinte: “Cara, esse estúdio está de parabéns por conseguir tirar cenas tão boas de um mangá daquele nível”. Eu sei que eles tinham que manter a hype das sequências de combate de "One Punch Man", uma vez que se apoiaram na recém fama do autor One para vender o anime e isso é um fator explicativo para essa dedicação com os sakugas, mas mesmo com tal desculpa as animações foram além do que eu esperava.



4º - Fukigen na Mononokean

Esse anime é bem peculiar. E para falar de quem deveria assisti-lo, acho que eu poderia simplesmente dizer o seguinte: “Você gostou de "Natsume Yuujinchou", "xxxHolic" ou "Mushishi"? Então, esse anime tem um pouco dos três”. "Fukigen na Mononokean" leva-nos a acompanhar a história de Ashiya, um jovem que acaba de entrar para o ensino médio japonês quando começa a ver e se relacionar com criaturas míticas chamadas youkais. Ele inicia a sua jornada procurando por ajuda, já que uma delas se apossou dele e tornava a sua vida um inferno - e nisso conhece Abeno, o atual mestre do Mononokean, uma entidade que “exorciza” youkais para o outro mundo.

Quero primeiro dizer uma coisa: Eu odeio você, Pierrot. Esse estúdio sempre me decepciona, do tipo que quando ouço que determinado anime vai sair produzido por ele, já espero o que há de pior. E realmente, eles estragaram muita coisa boa de "Fukigen na Mononokean"; no quesito técnico, esse anime é bem ordinário, pra não dizer ruim. O "character design" muda um tanto (para pior) do mangá, que possui um traço muito mais bonito e suave, a palheta de cores da animação chega a doer os olhos, e boa parte dos youkais é feita com um CG que não me satisfez. E por qual motivo esse anime chegou até aqui, então? Os outros dois quesitos.

Quanto ao roteiro, eu devo ao menos parabenizar pelo estúdio não ter realizado nenhuma alteração muito grave na linha do mangá. Essa não é uma história para você que procura combates e lutas, por mais que youkais geralmente levem o público otaku a pensar que seja. As tramas nos levam a pequenos casos das criaturas míticas, em que geralmente se destacam as peculiaridades de suas habilidades especiais, junto de uma leve dose de drama que vem incrustada com o enredo dos seus pequenos arcos, por vezes episódicos. Se isso te agrada, como me agradou em "Mushishi" e "Natsume Yuujinchou", esse talvez seja um anime para você ver.

Quanto ao meu aproveitamento pessoal, não posso ficar mais feliz com o roteiro de Fukigen. Nunca apelando para o combate rude e inútil, as histórias se desenvolvem com uma leveza que me atrai bastante, quase um slice-of-life no que toca nesse sentido. Como muita gente já sabe, eu sou bem chorão, e por causa disso todos os dramas leves de cada pequeno arco foram o suficiente para me fazer chorar umas várias vezes no decorrer do anime. Os personagens são agradáveis, e embora eu sinta falta de conhecer um pouco mais do passado de Abeno, consigo curtir o anime descobrindo o que o cenário tem a apresentar através dos olhos de Ashiya.



3º - 91 Days

"91 Days" é uma história original produzida pelo recente estúdio Shuka, que fala sobre a vingança de um garoto contra a família da máfia que matou toda a sua própria família. Só por essa apresentação, esse anime já é digno de você dar uma chance para ser assistido - e foi exatamente nessa vibe que eu segui vendo a obra.

No que consta os três critérios que usei para avaliação, talvez "91 Days" seja um dos mais equilibrados dos animes que estou citando nesse top cinco: ele tem uma boa produção, uma boa história e eu me aproveitei dele muito bem. Entretanto, a animação só alcançou a minha terceira posição porque eu realmente não vi nada destoante na série; ela está equilibrada, sim, mas não num nível muito alto, acho que é assim que posso apresenta-la.

A produção do anime é bem interessante, com uma trilha sonora em que você compra a máfia da época da proibição do álcool nos Estados Unidos; a ambientação é excelente, mas não temos lá muitos fatores destoantes em fotografia ou em animação. No que se mede o roteiro da obra, ele tem alguns pontos altíssimos no seu decorrer, como no episódio em que estamos no clímax da vingança do protagonista, ou então o destino do personagem Corteo. Por outro lado, certos momentos da série me incomodaram MUITO, tendo de exemplo o caso daquele episódio logo no início, em que Avilio (Angelo) e Nero são perseguidos por um assassino mexicano, sem falar no fato de que TODOS os personagens dessa obra erram MUITOS tiros em alvos fáceis - e não venham me dizer que as armas da época tinham uma precisão tão horrível para se errar um alvo a cinco metros de distância numa visão limpa.

De qualquer maneira, é bem legal ver esse tipo de anime sendo lançado. É algo que fica bastante longe dos gêneros normalmente abordados pelas animações japonesas, ainda mais com esse grau de verossimilhança com uma real história de máfia. Alguns personagens são muito cativantes, como é de se esperar desse tipo de história, o que faz o aproveitamento ficar ainda maior quando tratamos de um enredo que não tem medo de mata-los.



2º - Re:Zero kara Hajimeru isekai Seikatsu

Eu acredito que muita gente talvez tenha apostado que esse seria o primeiro da lista - e talvez ele realmente merecesse esse posto, tendo em vista o hype que foi criado em volta de seu lançamento e do andar de seu enredo, bem como pela sua grande produção. Mas vou explicar melhor o meu primeiro lugar quando chegarmos nele, até lá, foquemos no segundo colocado.


"Re:Zero" foi uma obra que eu revisei semanalmente aqui para o blog; caso tenham interesse em encontrar meus pensamentos em detalhes, podem visualizar a postagem para cada episódio clicando aqui. De maneira geral, "Re:Zero" foi bem produzido: Eu gosto bastante da fotografia de cenas icônicas neste anime, foram todas ótimas escolhas de takes e posicionamento de personagens nos quadros - e levando em conta também que é uma adaptação de light novel e que por isso todas essas cenas foram criadas pelo próprio estúdio White Fox, o crédito aumenta ainda mais nesse ponto. A animação do anime condiz com o quanto é necessário para se fazer rolar uma história, mas eu digo e repito: "Re:Zero" não é um anime que se embasa em seus combates, mas em quanto o protagonista consegue alterar o curso das ações - e talvez por isso, as cenas e animações de combate do mesmo, por mais que bem realizadas, não carregam lá um grande peso quando eu analiso o que mais gostei da série. Vale também elogiar o trabalho dos dubladores, visto que constantemente nos deparamos com trechos fortes que exigem um trabalho de interpretação bem pesado.

Em enredo, eu vou pegar emprestado as palavras do meu amigo Evilásio mais uma vez: "Re:Zero" é uma montanha russa narrativa. Nós acompanhamos a saga de Natsuki Subaru, um garoto do nosso mundo que por qualquer motivo foi jogado num universo de fantasia medieval com um poder bem peculiar: Toda vez que morre, ele volta à vida algum tempo antes do momento de sua morte, com suas memórias mantidas. E assim, o vemos se envolvendo com uma disputa para saber quem será a nova Imperadora do império, ao tempo em que tenta descobrir a sua relação com uma das figuras mais odiadas daquele mundo, a Bruxa Satella. O grande trunfo de "Re:Zero" para conseguir ganhar tanta fama e hype no correr de seu lançamento é só um: A quantidade absurda de twists e cliffhangers no enredo, sendo notória a quantidade de vezes que o anime terminava um episódio com alguma cena inesperadamente chocante demais, se aproveitando que Subaru voltaria no tempo para corrigir o erro - como brinquei nos posts que fiz, eu já ficava mais surpreso em "Re:Zero" quando ele NÃO mudava o rumo da história no fim do episódio. Outro ponto importante e de valia para ser citado quando falamos do roteiro, é em relação ao anime usar constantemente informações dadas episódios anteriores para sustentar novas decisões e resoluções de fatos no decorrer do enredo, não tendo nada que fosse dito ou mostrado por acaso.


Todavia, "Re:Zero" não sai ileso de críticas neste quesito. Alguns fatores do anime incomodam bastante, como a questão do protagonista ter de se apoiar constantemente em coincidências para o roteiro seguir adiante, ou então o curto tamanho do arco em que são reunidas as candidatas ao trono do reino. Também me irrita, de certa forma, o detalhe do anime não ter terminado com a série,  mas isso é bem menos relevante: Eu sei que a animação já alcançou a Light Novel, e entendo que o arco apresentado foi finalizado com êxito, só fico com muitas dúvidas a serem sanadas por uma segunda temporada que nem tem data determinada, isso se houver.



Quanto ao que trata do meu aproveitamento, eu gostei bastante de "Re:Zero", muito mais por causa de determinadas cenas e direção de alguns episódios do que pelo enredo em si, mas de forma geral esse é um anime que também conseguiu manter os três critérios equilibrados - e num nível maior que "91 Days". Minhas palmas finais para esse anime ficam com o desenvolvimento de personagem feito sobre o protagonista no arco em que estava frustrado e desesperado, achei sensacional a paciência que tiveram.



1º - Nejimaki Seirei Senki: Tenkyou no Alderamin

Antes de mais nada: Perdão! Esse meu top 1 não tem nada de justo! Mas como é uma escolha bem mais pessoal do que técnica, eu precisava citar ele nessa posição, Hahahahaha...


"Nejimaki Seirei Senki" é um anime baseado em light novel que foi produzido pelo tão aclamado estúdio Madhouse. Ele acompanha a história de nosso protagonista, de nome Ikta Solork, um jovem gênio militar com um passado sofrido que acaba – contra a sua própria vontade – se tornando um soldado do império de Katjvarna. Ao correr da série acompanhamos a sua inesperada ascensão militar enquanto demonstra suas estratégias de guerra ao lutar em conflitos que, geralmente, não tem sentido idealístico nenhum para ele.

No que se diz a respeito de produção, esse anime é bem qualquer coisa, se posso dizer. O "character design" da série é extremamente genérico, muito embora eu ache bom que eles não escolheram a arte da light novel, que se mostra bem mais infantil e forçada - fico grato apenas pelo fato de terem decidido dar uma cara um pouco mais adulta aos personagens. A série tem uma animação bem simples, pra não dizer falha em certos pontos, mas pelo menos gastaram boa parte de seu orçamento para capricharem em alguns combates chave da personagem Yatorishino, que é uma combatente de curta distância por natureza. A fotografia, os seiyuus, a palheta de cores, é tudo bem ordinário e padrão, sem nenhum destaque muito aparente. Ademais, vale também uma crítica enorme para a direção do anime no quesito “transição de tempo”, pois todos os timeskips desse anime são mal feitos, dando uma impressão bem falha de quanto tempo está se passando durante toda a série - meses são saltados sem nenhuma transição aparente, dias se passam sem nem mesmo serem mencionados e tudo isso desnorteia um pouco o foco no enredo, sendo talvez essa a minha principal crítica para com o anime.


Em relação ao roteiro, esse me interessa muito. Os animes possuem um sério problema ao qual entrarei em detalhes num texto futuro, mas que é o seguinte: Tentar ser algo que não é - no caso, estou falando de estratégias de guerra que possam ser consideradas habilidosas ou mesmo geniais. Eu estou cansado de procurar animes de estratégias de guerra porque geralmente tudo o que vejo no final é um combatente que consegue raciocinar um mínimo possível contra um outro lado que chega a ser estúpido para tomar decisões tão óbvias, sendo "Aldnoah.Zero" um belo exemplo disso pra mim. Desse modo, quando me deparo com animes de estratégias militares nos quais os personagens realizam atos que sejam de fato minimamente verossímeis e a serem tomados como inteligentes e além do básico, eu já fico animado. As estratégias de combate de "Nejimaki Seirei Senki" só começam a tomar forma lá pelo episódio 4, se bem me lembro, e imagino que muita gente tenha droppado a série antes disso, seguindo o básico dos 3 episódios iniciais para se ter uma média - porém, depois deste tardio começo, as coisas só melhoram. Ikta Solork demonstra ser um bom estrategista e o enredo das cenas de guerra é sempre interessante. Os demais personagens crescem no desenrolar da série; Yatorishino, Torway e Matthew ganham momentos individuais que me agradaram bastante, e fico apenas triste de não vez mais da princesa ou da médica Haro.


A linha narrativa é interessante e cativante: mesmo tendo de lidar com as transições de tempo falhas, ainda é possível ficar ligado no que está acontecendo em cada arco, e em como cada personagem tem sua importância no correr da trama. Não tenho muito o que criticar da série neste quesito, talvez somente a questão da tardia aparição do antagonista de Solork, ou então a falta de destaque para alguns personagens que bem mereciam. Eu sei, entretanto, que gosto bastante deste tipo de história, e que isso possa estar me cegando para os defeitos além destes que a série apresenta, e para isso estou aberto a discussão nos comentários.

O que fez "Nejimaki Seirei Senki" tomar a primeira posição dentre os animes dessa temporada foi pura e simplesmente o meu aproveitamento pessoal. Não havia anime na semana que eu esperava mais para assistir do que este, bem como não houve nenhum que gostava mais ao terminar o episódio - creio que uma boa parte disso seja pelo fato dele ser BEM similar ao meu anime favorito, "Legend of The Galactic Heroes" (LoTGH). Afinal de contas, temos aqui o confronto de uma República Democrática contra um Império Teocrático, e no qual o protagonista é um jovem gênio militar que não queria tomar a posição em que está, algo semelhante com o enredo de "Legend of The Galactic Heroes", onde encontramos uma Força Democrática enfrentando um Império Galáctico e um dos personagens principais é um jovem gênio militar que não almejava a posição a qual também acaba ocupando. A personalidade de Ikta Solork é igualmente semelhante a de Yang Wenli, além da sua subordinação a militares geralmente muito menos eficientes que ele e que tomam atitudes corruptas e injustas.


"Nejimaki Seirei Senki" pra mim foi um anime de estratégia militar muito bom, que aproveitou bem uma parcela justa de seus personagens e conseguiu concluir um arco de maneira excitante, utilizando-se também de críveis e verossímeis táticas de guerra para tornar o anime mais concreto e sólido em seu enredo. Ele não foi o melhor da temporada, mas foi o meu anime favorito.



Pior Anime: Hatsukoi Monster

Veja bem.

Eu entendo o que significa fanservice. E eu sei muito bem que a ideia de rodear uma garota de personagens bishounen com uma peculiaridade que os tornem submissos a ela por algum motivo (no caso, a idade) é compreensível. Mas tudo exige uma execução aceitável.

Não quero me prolongar aqui. "Hatsukoi Monster" é um anime baseado num mangá shoujo em que uma garota rica que sempre viveu protegida pela família sai de casa para cuidar da própria vida. Ela então logo encontra o seu primeiro amor, um rapaz alto e bonito que a salva - mas que por alguma peculiaridade é na verdade bem mais novo que ela, estando na quarta ou quinta série, não lembro. O anime avança com a garota conhecendo mais amigos da mesma idade e o mesmo tipo físico.

A plot é ruim, mas se destina a um público alvo bem distante do que eu sou - e isso até vai, o problema é que tudo que envolve a produção desse anime é ruim. Trilha sonora genérica, "character design" sem nada de mais, péssima animação, péssima noção de fotografia e ambientação de cenário. Ele é um grande conglomerado de coisas ruins, apenas isso.




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3 comentários:

  1. Aqui é a Escritora e a ideia de mais gente comentando os melhores, ao invés de uma listagem padrão foi bem legal. Mas, notei que as escolhas ficaram muito iguais, mudando somente as posições e as circunstâncias dos animes escolhidos.

    Não posso mandar um Top 5 porque peguei poucos animes desta temporada, então vou ater apenas aos que acompanhei e aos que realmente curti:

    "ReLIFE" foi o melhor pra mim, em disparado e o segundo anime deste ano que me apaixonei - o outro foi "Shouwa Rakugo" - contando uma história simples, no entanto, cheia de crítica social e que lembra muito do que adolescentes e jovens costumam passar, meus personagens favoritos foram o Arata e a Hishino (principalmente ela, parece demais comigo) e o plot twist do último episódio sobre ela foi de arrepiar, fiquei sem reações;

    "Saiki Kusuo no Psi Nan", em exibição, não tava botando muita fé nesta série,mas, quando entendi que era diário e a versão que legendam é a que trás todos os episódios, fora que cada um é um capítulo do mangá, aí embarquei nesta aventura de um rapaz psíquico e seus colegas maluquinhos; dá pra rir e gosto do estilo do Saiki e da voz do Hiroshi Kamiya - ele é o cara! em papéis cômicos - dando um toque a mais;

    "Binan Koukou Chikyuu Bouei-bu LOVE LOVE" ou pra resumir, o anime do mahou shounen: foi uma boa segunda temporada, claro que acertaram melhor no ritmo e no humor, fora os momentos vergonha alheia que ficaram bem evidentes. Se pintar terceira temporada, não fico surpresa;

    "Bananya" e os motivos são simples: misturar gatos com bananas foi absurdo e pra lá de fofo, dava pra serem os mascotes do ano se não tivessem revitalizado a Chi, aí prevejo uma briga de quem é o mais fofo. Gosto tanto dos dois... Cumpriu o prometido e foi muito fofo pra passar o tempo, sendo o terceiro anime curto deste ano que pego pra ver.

    E sim, tecnicamente são simples, sem grandes atrativos visuais. Claro que se tirar este detalhe, são animes que cumprem bem as suas propostas e me animaram de acompanhar. Tirando o "ReLIFE" que todos citaram, sem interesses nos demais citados no post, ou seja, quando o assunto são animes hypados, pulo fora do barco em 99% dos casos. Acreditem...

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    1. Quando convidei o Evilasio e o Tadashi para fazer essa postagem em conjunto não imaginei que citaríamos praticamente os mesmos animes - apenas o Tadashi mudou um pouco ao mencionar Re:Zero no lugar de ReLIFE -, mas se for ver que essa temporada de verão não trouxe ao fim muitas animações de destaque, faz sentido o resultado final.

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  2. se eu fosse fazer um top seria quase igual ao de vcs... 91 Days, Relife, Re:zero, Shokugeki e Mob. Não foi uma temporada com muitos animes bons.

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