22 de junho de 2013

Resenha: Isshoni Training (OVA)




Porque certo dia pensaram que uma garota 2D peituda motivaria alguém a praticar exercícios




Alternativo: Training with Hinako
Ano: 2009
Diretor: Suzuki Iku
Estúdio: Primastea / Studio Hibari
Episódios: 1
Gênero: Esporte (?)
De onde saiu: Animação original.
Obs: Resenha reescrita postada originalmente no Anime Haus.



Marketing. É constante o sucesso, seja qual for a mídia, de obras com qualidade duvidosa, unicamente por causa do pesado processo de divulgação realizado pelos envolvidos. “Isshoni Training” é um anime que seguiu esse caminho sem muito esforço; e nem gastos, provavelmente, visto que a internet teve papel imenso na popularidade obtida várias semanas antes de seu lançamento, causado pelo “boca a boca” em vários sites do gênero por conta da novidade. E tal fama virou algo deveras rentável aos produtores quando este OVA atingiu, por algum tempo, o topo da lista dos DVDs mais vendidos no Japão em 2009.

Não creio que alguém chegue a ver essa animação por ter vontade mesmo, mas sim, por curiosidade apenas. É tão original e impensável que realmente chama a atenção e incita os outros a testemunhar o resultado final de tal ideia, apesar de que normalmente, desde o início, a pessoa não ache – nem espere - que esse resultado seja bom. 

A ideia original? Anime para otakus fazerem exercícios. Oras, lá eles são vistos como sedentários – e antissociais, e tímidos, e virgens, e estranhos, e tarados, e adoradores de mulheres 2D -, então, que melhor forma de motivá-los a se mexerem um pouco do que criar um programa de exercícios em forma de anime, com uma garota que tem uma relação íntima contigo e usa roupas minúsculas durante os movimentos, dos quais vemos por diversos ângulos?

Sim, que melhor forma?


Hinako é uma garota de verdade, dezesseis anos de idade, 3D. No início a vemos toda alegre no sofá assistindo, aparentemente, a um anime qualquer de garotinhas mágicas. Segundos depois a TV começa a emitir um brilho, cada vez mais forte, e Hinako é sugada para dentro dela. Ótimo. 

A seguir a vemos tomando banho, até que é surpreendida pela nossa presença. Começa a falar sobre como está feliz de ver um humano de verdade e o estranho acontecimento de ter virado uma personagem de anime. E, como ideia para se interagir conosco, sugere fazer exercícios musculares. Porque, na verdade, ela recebeu uma carta dizendo que se não perdesse cinco quilos sairia do programa do tal anime. Pois é.

Com um shorts branco e uma regata verde – estava calor, entenda - cujas alças sempre estão caindo, iniciamos nossa bateria de exercícios.

Flexões. Abdominais. Agachamentos. Veremos Hinako fazer cada um, diversas vezes, sem interrupções - é realmente um “vídeo aula de exercícios em forma de anime” que dura quase meia hora. Para ficar mais “interessante”, a câmera ora a mostra de frente, ora por trás, por baixo, depois dá um zoom em direção aos seus... Braços; tudo para ver melhor a execução dos movimentos, compreenda. Acompanhando série após série de exercícios, nada muda: visualizamos o tempo inteiro apenas o quarto dela. Os ângulos também; repetidamente flagramos os mesmos pontos “inapropriados”, indiscretos. De vez em quando, ela aparece só com roupas íntimas – faz sentido, pois fica com calor e sua... 

Em outras, aparece com o uniforme escolar. Não pensei em nada para explicar isso.

Imagine um daqueles joguinhos eróticos em "flash", que muitos devem ter esbarrado na adolescência (bem, eu esbarrei, admito...), onde você vai tirando ou colocando – não, só tirando, vai colocar algo por quê? - as peças de roupas em um cenário que não muda mais nada, a não ser isso. Deve ter sido bem barato aos estúdios Primastea e Hibari criarem tal anime, já que além da animação convencional se vê sempre uma eterna reciclagem das mesmas cenas com os mesmos movimentos, mudando somente os trajes da personagem.

No fim, parece que ela chega a exercitar até os seios, já que estes ficam balançando enquanto vemos só a parte de cima de seu corpo, com ela fazendo a contagem dos movimentos - acharam outra fórmula para aumentá-los sem ser bebendo muito leite. Nisso tudo, a trilha sonora também não mostra nada de notável, se resumindo a toques que nos remetem a reais vídeos de exercício (ou seja, repetitivos e tediosos) e a uma pequena música melodiosa boba do anime em que ela trabalha. 

Seria muito errado eu dizer que “Isshoni Training” foi um desperdício de dinheiro; pois, para os criadores, não foi nem um pouco - talvez apenas para os que compraram o DVD. Enfim, após análise profunda e completamente parcial, só vejo três razões para se assistir tal animação: alguém desesperado sem mais outra opção a recorrer para entrar em forma; um fã do gênero esperando por cenas ecchi de maior “qualidade”, mas que se decepcionará amargamente; ou alguém que pensou em montar uma matéria sobre tal obra, o que seria normal caso ele fosse obrigado a isso; não sendo, o chamaria de tolo...


O anime conseguiu atingir seu objetivo, deve-se admitir: além disso, vendeu bem, rendeu produtos diversos, teve continuações (futuramente analisadas aqui nos mínimos detalhes!), virou "hit" na internet, influenciou a criação de "hentais" com estilo parecido e, claro, fez um ou outro otaku se exercitar de fato (mesmo que de uma maneira um tanto depravada) - são feitos realmente dignos! O problema é que, deixando as piadinhas de lado e ignorando seu propósito questionável, no fim "Isshoni Training" não passa de algo que, desde o início, é chato e sem graça. 

Ainda que tenha uma “personal trainer“ usando só calcinha e sutiã...



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Nota: 2


(clique para uma melhor visualização)











No MyAnimeList (22-06):

O anime está na longíqua 6220ª posição, com nota 5.13.


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Meu perfil no MyAnimeList, com indicações semanais de matérias diversas sobre o mundo otaku feitas por este e outros sites;






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3 comentários:

  1. "Porque certo dia pensaram que uma garota 2D peituda motivaria alguém a praticar exercícios"

    Só se for exercício para o punho!

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    Respostas
    1. Ha, pelo menos esse tinha algum "objetivo" em mente...

      Agora os que vieram depois foram bem mais nonsense...

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  2. Desses Ishoni só o Isshoni Sleeping conseguiu fazer o pessoal acompanhar a coisa toda. haha

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