6 de outubro de 2015

Resenha: Kyou kara Maou!



Ao assistir tantos animes, dos mais variados tipos, passamos a ter noção dos chamados clichês: são características comuns, seja referente aos personagens, ambientação, contexto e por aí vai. Por que estou citando os clichês? Simples de responder: acontece que isso é parte da série que será descrita, só não significa que isso deixa a história sem sal; ao contrário, apenas assistindo dá pra entender como foi o desenrolar de “Kyou kara Maou!”. Minha experiência me remeteu a quando pego um anime sem grandes pretensões e acabava me identificando, e nesse caso, não é surpresa que queira saber mais e chegar ao final.

Só pra terem uma ideia: no primeiro e segundo dia assisti em torno de vinte episódios da série, num total de dez por dia; claro que depois me contive, e enfim, terminei de ver todos os episódios propostos e os OVAs. Deixando de lado os clichês presentes, eis um anime que gostei de acompanhar e mesmo com a duração mais longa, não me decepcionou em sua execução. Fiquei na torcida pra galeria de personagens e situações trazer algo a mais e gostei do que vi. Por isso, embarquem nesta resenha e aí, veremos como foi esta grande aventura clichê...

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Ano: 2004
Diretor: Junji Nishimura ("Dog Days'", "Glasslip", "True Tears")
Estúdio: Studio DEEN
Episódios: 78
Gênero: Aventura / Comédia / Fantasia
De onde saiu: Light novel, 22 volumes, finalizado.




Por Escritora Otaku


Ah, os clássicos clichês: não dá pra viver sem eles, como também dá muita raiva quando são mal desenvolvidos, não importa a mídia da qual sejam feitas. Se uma obra se destaca, outras surgirão em sua cola; se houver um elemento novo, outros farão o mesmo e o ciclo se repete, sem haver muito espaço para inovações ou renovações de velhas fórmulas. Nem toda ideia que venha de certa série não vai funcionar bem em sua execução, enquanto as mais óbvias persistem em continuar e aí de quem pede inovações em certos gêneros e nos animes isto é bem mais comum do que pensam.

“Kyou kara Maou!” segue a linha de séries com clichês bem presentes, com um contexto de fantasia medieval, regados a tons de aventura e comédia misturados. Sua origem vem das light novels, de onde Tomo Takabayashi (roteirista) e Temari Matsumoto (desenhista) criam o universo da qual o anime se baseia; também tem mangá, este feito pelo desenhista em questão e ainda em publicação. Os elementos que a série mostra ao longo da história podem não impressionar à primeira vista, só que, é isto que a faz diferente e similar a enredos com o seu principal gênero. Nestas horas, a primeira impressão não é a que fica: foi o tempo que o primeiro episódio tinha de entregar todos os pontos – claro que isso ainda é primordial em certos casos, só não é na maioria, porque tem séries que melhoram após o primeiro episódio.

Shibuya Yuri era apenas um mero estudante nipônico; tem paixão pelo beisebol, esporte bem popular no Japão, tem pais bem comuns e um irmão mais velho: uma vida sem nada de estranho. Até o dia que, ao evitar um conhecido ser trucidado pelos típicos valentões, Shibuya acaba sendo levado ao banheiro feminino e eles botam sua cabeça no vaso sanitário... Mas não esperavam que o rapaz fosse sugado, isso mesmo que ouviu, sugado pela água do vaso e parar em outro mundo. E neste novo mundo descobre que humanos vivem com mazokus e que a relação deles não é das melhores; após uma confusão por causa da cor dos cabelos e dos olhos pretos, fora que estava com o uniforme colegial padrão, o rapaz é levado para Shin Makoku, atual sede dos mazokus – que são humanos com poderes ou não, isso é mostrado ao longo da série – e lá é descobre que é Maou, o soberano do local.

Imagine a cara do Yuri ao saber disto e ainda por cima, acabar arranjando um casamento sem querer com um dos filhos de sua antecessora, como também um duelo contra este - é nisso que dá em parar em outro mundo, parecido com o seu, com regras diferentes das que conhece. Junte ao fato de uns ainda considerarem um rapaz bobo, inocente e sem noção de onde está, até que em um incidente, ainda no duelo contra seu pretendente, eis que acontece de um inocente se machucar: aí o palco fechou, o céu escureceu e, pra surpresa de todos, aquele rapaz mostra que é de fato o Maou e bota seu pretendente pro chão. Quem ainda desconfiava que era ou que não era, teve de aceitar e fim de papo...


A partir daí, Yuri divide seu tempo entre a Terra e Shin Makoku, mais no último, onde tem de aprender a ser um Maou e melhorar o relacionamento entre humanos e mazokus; sua personalidade inocente é o que pode tornar este relacionamento mais próximo e juntando a certa teimosia de resolver as coisas pessoalmente, conquista os que o acompanham nesta empreitada. A série pode ser dividida em dois momentos: no primeiro vemos a adaptação de Yuri em Shin Makoku e na segunda, a consolidação de seu reino e as alianças feitas em terras humanas ou em terras mazokus - confusões, muitas situações inusitadas e passado e presente dos personagens formam o enredo de “Kyou kara Maou!”. E pra complementar, boa parte do elenco da série é masculino e bem clichês pra ninguém botar defeito, sendo bonitos de aparência (pra admiração do público feminino que tem certo fetiche por este tipo de personagem; não podemos negar quando vemos isso, sendo que há animes que possuem essa fórmula como parte de seu sucesso), além de haver um desenvolvimento que esclarece como são as coisas naquele mundo e sua história.

É este elenco masculino que faz boa parte da série seguir com seu roteiro; claro que temos o elenco feminino, não tão destacado, mas também, tem os seus momentos e hora de agir; os clichês aparecem aos montes e pode ser que acabe desistindo de continuar assistindo, se não, vai querer saber como as coisas chegaram ao ponto que o anime apresenta no seu desenrolar. Uma questão que pode incomodar a quem acompanhar a série é as chamadas situações mal resolvidas, que pode remeter aos chamados yaoi e shounen-ai da vida: se for preconceituoso quanto a isso, sossegue, pois o anime não se enquadra a este gênero, só parece e não é.

E outro ponto pode dar certa confusão sobre a ordem de episódios, caso pegue o anime: em certos sites, os 117 episódios podem estar juntos ou divididos – as duasprimeiras temporadas têm 78 episódios e a terceira tem 39 - sendo que as duas primeiras foram calcadas na light novel em questão. E ainda por cima há os OVAs: composto de cinco episódios, “Kyou kara Maou! R” traz novas histórias, sendo que os episódios um e cinco formam uma única história, que aparece na terceira temporada do anime, só mudando apenas as circunstâncias do seu desenvolvimento - os demais são histórias paralelas que trazem o universo já usado na série de TV. Tal como acontece em animes longos, a qualidade da animação vai melhorando visualmente; a dublagem é bastante simpática, onde vemos o elenco de dubladores dando vida aos seus personagens e quando menos se espera, a animação acaba...


“Kyou kara Maou!” se encaixa no perfil de animes clichês, onde não há muito espaço pra inovações; é daqueles casos que fica a maior questão: ou gosta do que vê ou larga. Só não podemos supor que acabe gostando das aventuras de Yuri e companhia, que com seu jeitinho, pode ficar querendo saber o que vai acontecer, sem importar com estes meros detalhes óbvios...


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